Não é exagero afirmar que a terceira década do século XXI, tem sido uma época de desafios, tanto para a indústria do turismo quanto para nações ao redor do mundo. Questões de segurança e proteção, misturadas com questões em torno da energia, ecologia e sustentabilidade têm desempenhado e irão continuar a desempenhar papéis importantes no desenvolvimento de da indústria do Turismo. Esses desafios não dizem respeito exclusivamente à indústria do turismo. No entanto, são, em grande medida, dependentes das verbas disponíveis. Por exemplo, quando as nações ao redor do mundo enfrentam difíceis obstáculos econômicos, esses problemas econômicos impactam desproporcionalmente as viagens e as atividades turísticaso, não só na vertente do lazer mas também da perspectiva do viajante de negócios. O mesmo vale em relação a questões de segurança e proteção.
Não é incomum afirmar que quando as economias mundiais pegam um resfriado, a indústria do turismo muitas vezes pega uma pneumonia.
Também devido ao aumento das reuniões virtuais no mundo pós-pandemia, as viagens de negócios são alguns dos primeiros itens a serem cortados do orçamento de uma empresa. O Turismo também deve enfrentar obstáculos adicionais. Por exemplo, o envelhecimento de grande parte do público que viaja no mundo, significa que novos tipos de produtos e mais inovadores precisarão ser comercializado. Do lado positivo, o terrorismo não deu um golpe fatal no turismo internacional, mas ambas as questões do crime e do terrorismo exigem precauções adicionais, treinamento e melhor atendimento ao cliente. As questões ligadas à biossegurança (segurança sanitária) neste mundo pós-pandêmico são outra constante que a indústria não ousa ignorar.
Como a indústria de turismo reage a estes desafios contínuos são mais do que uma questão empresarial; são também são questões éticas. Empresas de turismo inteligentes devem não só prestar atenção ao lado comercial do turismo mas também aos desafios éticos que a indústria enfrenta.
Para ajudá-lo a lidar com algumas das questões éticas no mundo das viagens e do turismo aqui está uma lista parcial de sugestões:
– Em caso de dúvida, o ético é a melhor coisa a se fazer. Não economize porque os tempos estão difíceis. Essa é a hora de construir uma reputação de integridade fazendo o que é certo. Certifique-se de dar ao cliente o valor do seu dinheiro, ao invés de parecer egoísta e ganancioso. O negócio da hospitalidade é fazer pelos outros, e nenhuma propaganda anuncia melhor um lugar do que isso, dar algo extra num período de constrição económica. Da mesma forma, os gerentes nunca devem cortar os salários seus subordinados antes de cortarem os seus próprios. Se a redução das forças forem necessárias, um gerente deve cuidar pessoalmente da situação, apresentar o aviso de demissão e nunca estar ausente no dia da dispensa.
– Quando as coisas ficarem difíceis, fique calmo. As pessoas vêm até nós para ter tranquilidade e esquecer seus problemas, não para absorver os nossos problemas. Nossos hóspedes nunca deveriam sentir-se sobrecarregados com as nossas dificuldades económicas. Lembre-se que eles são nossos convidados e não nossos conselheiros. A ética turística exige que sua vida pessoal fique em sua casa. Se você está muito agitado para trabalhar, então fique em casa. A artir do momento que alguém está no local de trabalho, temos uma responsabilidade moral de concentrar-nos nas necessidades dos nossos hóspedes e não nas nossas próprias necessidades. A melhor maneira de ficar calmo em uma crise é estar preparado. Por exemplo, toda comunidade precisa ter um plano de segurança turística. Da mesma forma, sua comunidade ou atração precisa treinar os funcionários sobre como lidar com riscos à saúde, mudanças nas viagens e problemas de segurança pessoal.
– Desenvolva um bom espírito de equipe entre os seus colaboradores. Os desafios dos últimos anos são um bom momento para os gestores de turismo dizerem aos seus funcionários o quanto eles importam. Um gerente nunca deve pedir a um funcionário que faça o que ele/ela não faria, de fato, bons gestores devem sair da sua mesa ou escritório, pelo menos duas vezes por ano, e fazer o que seus funcionários realmente fazem. Lá é apenas uma maneira de entender os problemas que os funcionários têm quando estão no trabalho e isso é importante participar ativamente em seus trabalhos e vivenciar suas frustrações.
– Nunca tenha expectativas irracionais em relação aos seus funcionários e, ao mesmo tempo, seja sincero com seus clientes. Se as expectativas forem muito baixas, o resultado será tedioso, se as expectativas forem muito altas, poderão resultar em frustração e encobrimento. Ambos os conjuntos de expectativas são irracionais e levam a problemas e dilemas morais. Lembre-se de que quando os clientes perdem a confiança em sua localidade, produto e/ou negócio, a ética é difícil e cara de recuperar.
– Desenvolva parcerias turísticas. Os visitantes chegam a uma “localização contextualizada” e não a um local específico. A a experiência turística é uma composição de múltiplas indústrias, de eventos e experiências. Estes incluem a indústria de transporte, a indústria de hospedagem, as atrações locais, os concorrentes, as ofertas gastronômicas, sua indústria do entretenimento, a sensação de segurança que oferecemos e as interações do visitante com a população local e com os funcionários da indústria do turismo. Cada um desses subcomponentes representa uma aliança potencial. No século XXI nenhum componente pode sobreviver sozinho. Em vez disso, é essencial que a indústria turística de uma localidade defina seus objetivos comuns com cada uma dessas subindústrias do turismo e saiba onde podem existir pontos de interseção. Aborde esses pontos críticos abertamente e desenvolva as áreas de convergências.
– Vá além das avaliações dos funcionários. Os profissionais do Turismo não devem ser vistos como alunos do ensino disciplinador fundamental, mas sim como parceiros que buscam atingir metas. Os gestores de turismo devem trabalhar com os seus funcionários nas metas de desempenho. Quando os funcionários começarem a ver uma lacuna entre o que um gerente diz e faz, então um certo nível de desonestidade começa a surgir no relacionamento. Concentre-se no que o funcionário e você podem fazer para formar parceria em direção a um objetivo comum.
– Ouça o que seus funcionários e clientes estão dizendo. Freqüentemente, os problemas podem ser resolvidos ouvindo com atenção. Normalmente a honestidade e a sinceridade nos relacionamentos são geralmente a melhor política. Nada destrói mais um negócio turístico quanto falta de credibilidade. A maioria dos hóspedes/clientes entende que as coisas dão errado de vez em quando. Nesses casos, admita que há um problema, assuma-o e lide com o problema. A maioria das pessoas é capaz de perceber quando se trata de conversa fiada e no futuro não acreditará na sua companhia mesmo quando você estiver dizendo a verdade. Lembre que credibilidade significa confiança, mas não necessariamente advêm da honestidade. Não seja apenas confiável, seja honesto!
– Nunca sufoque a inovação. É muito fácil rejeitar alguém ou descartar uma ideia imediatamente. Quando as pessoas compartilham ideias, eles estão assumindo um risco. Viajar tem em sua essência algo sobre correr riscos e, portanto, os profissionais de viagens que estão com medo de arriscar geralmente não fazem mais do que um trabalho adequado. Incentive os funcionários de da indústria do turismo a tomar encarar inovadores, muitas das suas ideias podem falhar, mas uma boa ideia vale muito mais que muitas ideias fracassadas.