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Hepatite aguda em crianças

Publicado por Site da Segurança

A hepatite aguda, que já afetou cerca de 200 crianças a nível mundial e implicou 20 transplantes de fígado, tem ainda uma causa desconhecida e impede a prevenção eficaz de novos casos, alertam os especialistas.

Os primeiros alertas surgiram na semana passada, quando foram dados a conhecer os primeiros casos na Europa, e desde então que os casos de hepatite aguda em crianças se têm multiplicado um pouco por todo o mundo. Até ao momento, a hepatite aguda já afetou cerca de 200 crianças a nível mundial e implicou 20 transplantes de fígado.

Apesar de os médicos defenderem que, para já, não há motivos de alarmismo, pelo menos em Portugal, o facto de esta hepatite ter uma causa desconhecida dificulta a capacidade de prevenir uma escalada de novos casos.

“Não podemos prevenir causas que não conhecemos”, começa por dizer Mariana Capela, pediatra no Hospital Lusíadas Porto. “Atualmente, há uma série de análises protocoladas, uma série de investigação preconizada, para estas crianças que se apresentam com hepatite que é causada pelos vírus tipos A, B, C, D e E, que são os mais comuns. Faz-se uma série de análises, mas ainda não se encontrou uma causa comum”.

Jorge Amil Dias, pediatra especialista na área de gastroenterologia e presidente do Colégio de Pediatria da Ordem dos Médicos, considera que, de momento, “não há medidas específicas para prevenir [esta hepatite aguda], pelo menos conhecidas”. “O que devemos dizer aos pais é que estejam tranquilos e que estejam atentos a esta e como a todas as doenças que afetam as crianças”, frisa.

O próprio Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) alertou, esta quinta-feira, para o facto de “como a etiologia permanece desconhecida, medidas de controlo eficazes não podem ser definidas nesta fase”. 

“À falta de mais conhecimento, lavar as mãos é a estratégia recomendada”.

A hipótese de esta hepatite ser causada pelo adenovírus F41 foi levantada esta semana, mas os especialistas entrevistados pela CNN Portugal mostram-se céticos, até porque nem todos os casos de hepatite aguda em crianças até agora detetados têm na sua base este adenovírus. No entanto, em cima da mesa está a possibilidade de haver uma causa vírica e, assim sendo, a prevenção poderá ser mais fácil de colocar em prática, dizem.

Se a hipótese mais provável é que seja infecciosa, todas as medidas que temos de cuidados de transmissão de infeções serão eficazes, como é o caso da correta lavagem das mãos, como medida principal, e a promoção de uma boa prática de higiene”, reforça a médica.

Também Hugo Rodrigues, pediatra no hospital de Viana do Castelo e docente na Escola Superior de Tecnologias da Saúde do Porto e na Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho, diz que a higienização é, para já, a medida mais importante a ter em conta, seja na prevenção de uma eventual hepatite aguda de origem vírica, ou qualquer outra doença infecciosa que possa afetar crianças e adultos. 

“A maior parte das hepatites que temos transmitem-se por via fecal-oral, com o contacto com fezes contaminadas em que a criança depois leva as mãos à boca. O principal conselho é lavar muito bem as mãos, sem dúvida que a pandemia nos mostrou que é das medidas mais eficazes para prevenir qualquer infeção”, reforça o médico Hugo Rodrigues.

À lavagem correta das mãos, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) acrescenta ainda como medidas de prevenção a “limpeza e desinfecção de superfícies” em “ambientes que são frequentados por crianças pequenas”.

Apesar de considerar que a transmissão por via respiratória não seja a causa desta hepatite aguda, o pediatra aconselha ainda “a manter medidas de proteção respiratória”, como por exemplo cobrir a boca com o braço (e não a mão) durante a tosse. “Não terá uma grande influência nestes casos”, mas, tendo em conta a situação atual, diz, “convém manter”.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, que já descartou a vacina contra a covid-19 e a ingestão de alimentos contaminados como causa desta hepatite aguda, “a prioridade é determinar a causa destes casos para apurar ainda mais as ações de controlo e prevenção”. “Medidas comuns de prevenção para adenovírus e outras infecções comuns envolvem a lavagem regular das mãos e higiene respiratória” e, por isso, são recomendadas pelo organismo.

Fonte: CNN Portugal

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