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Metade dos adolescentes apreendidos no Rio é liberada

Publicado por Site da Segurança

Ainda é incerto o destino do adolescente de 14 anos que se entregou à Polícia Civil, levado pelos próprios pais, dizendo ter matado a facadas o professor peruano Carlos Patrício Samanez, de 62 anos, no último domingo, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão. Só no ano passado, na 2ª Vara de Infância e Juventude da Capital, foram distribuídos 7.567 processos envolvendo apreensão de menores no Rio. Cerca de metade foi encaminhada para internação e a outra metade, liberada. O menor seguiu nesta sexta-feira para a Vara, após a Justiça conceder a busca e apreensão cautelar, pedida pela Delegacia de Homicídios da Capital (DH), que investiga o caso.

Os dados sobre o envolvimento de menores com atos infracionais em 2015 são alarmantes. Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), a apreensão de adolescentes no ano passado apresentou o maior número desde 2005: foram 10.262 encaminhados ao sistema socioeducacional — um aumento de 22,5% em comparação com 2014 —, do total de 11.590 levados para as delegacias de Polícia Civil. O professor foi cremado na sexta-feira 19/02.

Filho do professor assassinado, Cláudio Samanez, de 36 anos, tem dúvidas de que o adolescente apreendido seja, de fato, o autor do crime. “É um retrato do Rio de Janeiro. A gente sabe que é muito provável que tenha confessado, para assumir a culpa, porque é menor, para safar alguém. Provavelmente ele passará limpo (impune)”, disse, durante a cremação do pai, no Cemitério do Caju. “Não é o primeiro e não vai ser o último caso no Rio. A cidade vive uma guerra civil.”

Morador da Mangueira, comunidade vizinha à Quinta, o adolescente contou aos pais ter cometido o crime. Levado por eles na quinta-feira para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), foi encaminhado para a DH, onde, segundo o delegado Fábio Cardoso, admitiu ter sido o autor das duas facadas nas costas do professor. A Polícia Civil ainda investiga se ele está falando a verdade ou tenta, por alguma razão, ocultar a autoria do crime, e se alguma outra pessoa participou do assassinato. As circunstâncias do crime ainda não foram esclarecidas. O menor não soube dizer onde estão os objetos pessoais que o professor carregava no momento do assassinato e que desapareceram.

Em 2015, dois menores de 16 anos foram punidos pela Justiça com até três anos de internação pela morte, também a facadas, do médico Jaime Gold, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que em 2013 havia 23,1 mil adolescentes privados de liberdade no país, a maioria cumpria medida de internação. O trabalho revelou que metade não frequentava a escola à época do crime e a maioria vivia com famílias consideradas muito pobres.

Fonte: Jornal O Dia

 

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