Os episódios de arrastões e roubos praticados por grandes grupos de assaltantes nos dias 19 e 20 de setembro no Rio de Janeiro, provocaram caos e correria e se repetiram durante todo o dia. A volta da praia foi no fim de semana foi encerrada com assaltos em Copacabana, Arpoador e uma enorme confusão numa padaria do bairro de Botafogo, onde cerca de 30 jovens roubaram tudo o que encontraram ao seu alcance. A onda de arrastões – um fenômeno que surgiu nos anos 90 nas areias das praias do Rio – durante o final de semana, apesar do reforço policial, levou alguns moradores das zonas mais ricas da cidade a se trancar em casa resignados. Mas também alimentou a indignação de outros que lotaram grupos no Facebook com dicas de segurança, como sair armados com spray pimenta e guardassóis, e mensagens de frustração pela falta de policiamento e de “leis mais rígidas”. Postagens com iniciativas de patrulhamento cidadão e convites ao uso de violência contra os assaltantes começaram a aparecer dentro e fora das redes sociais.
Uma das frustrações compartilhada pelos internautas é a decisão da Justiça de impedir que a Polícia Militar apreenda menores que viajam nesses ônibus provenientes dos subúrbios se não for em flagrante, como já contempla o Estatuto da Criança e do Adolescente. Só no último final de semana de agosto, os agentes apreenderam 160 menores que iam a caminho da praia sem que fosse justificado o delito que cometeram o que gerou contestações de defensores dos direitos humanos e da defensora pública Eufrásia Maria das Virgens. A determinação do juiz obriga os policiais a agirem em coordenação com a Polícia Civil, a Secretaria municipal de Desenvolvimento Social e o Conselho Tutelar para “garantir os direitos das crianças e dos adolescentes”.
“A ordem judicial se cumpre. A Polícia Militar perdeu a prerrogativa da prevenção, só pode agir depois do ocorrido. E aproximadamente 30 pessoas foram detidas até sábado à noite”, afirmou o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame. Beltrame disse que vai “trazer” órgãos responsáveis por menores para auxiliar a atuação da polícia no patrulhamento. Ele vai debater o esquema de policiamento da orla em reunião com oficiais na tarde desta segunda e anunciou a volta da abordagem em ônibus.